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quinta-feira, 17 de setembro de 2020

O FUTEBOL VISTO POR UM CARICATURISTA BEM HUMORADO, em tempos de Covid-19


O elefante e o escorpião foram encarregados de organizar um time de futebol para desafiar a bicharada. Procuraram ser imparciais o mais que puderam, mas não conseguiram integralmente seus objetivos. O ego falou mais alto e acabaram deixando pelo caminho rastros de suas tendências pessoais.

O escorpião foi logo querendo ser o treinador, sugerindo a utilização da “TÁTICA DO ESCORPIÃO”, que acabou sendo aceita pela Comissão Técnica. O elefante, por outro lado, consciente do seu peso, preferia mandar. Ele não jogava, mas tinha a chave do cofre.

Depois de uma reunião realizada entre os interessados ficou decidido que para organizar um time de futebol que possa impor respeito, é necessário ter em mente alguns requisitos básicos.                                                                                                                                                                    

Pense primeiro na disciplina e na ordem. Para isso é preciso ser como um técnico que funcione como domador de feras em um grande circo. Se o domador não respeitar as feras ou estas não respeitarem o domador, não haverá qualquer possibilidade de sucesso. Mas é imprescindível também o respeito entre as feras, a Comissão Técnica e a Diretoria. O torcedor só vai abraçar o clube quando estiver seguro. Clube de futebol profissional sem torcida não tem condições para sobreviver.

O segundo requisito é a competência. Primeiro do técnico, que precisa saber escolher os elementos certos para cada posição, inclusive de seus auxiliares diretos que devem integrar a comissão técnica. Não adianta, por exemplo, colocar como goleiro o elefante. Especialmente porque a indicação do macaco parece ser unanimidade. Agilidade, inteligência, segurança para trabalhar com as mãos, podendo ainda contar com o auxílio do rabo. O rabo é fundamental para um goleiro. Mas como o escorpião era titular dos “direitos autorais” sobre a tática que seria utilizada, acabou sendo indicado como reserva do macaco na meta. A comissão entendia até que aquele enorme ferrão, verdadeiro guindaste venenoso, pudesse funcionar como elemento de inibição para os atacantes adversários, mas o macaco era titular absoluto.

− O esquema de jogo: − Quatro de cada lado, como se fossem as pernas do escorpião, e três peças isoladas para dar flexibilidade ao conjunto.

O goleiro é arisco, como vocês viram. Um sagui que joga com os pés, as mãos, o rabo... Mas quando é preciso usa a cabeça.

No centro da estrutura o tigre, (10), comandando o setor de inteligência do time. Aquele que faz a ligação entre a defesa e o ataque. Quem não souber o que é isso, pense no Gerson da seleção brasileira, aquele baixinho que levava vantagem em tudo, com seus passes magistrais que buscavam um avante isolado no lado oposto do campo aguardando o lançamento para o lateral direito, ansioso para fazer o cruzamento ao “Furacão ” que invadia a área velozmente  pelo centro.

Para garantir o municiamento das jogadas ofensivas, e fazer “transição”, um quarteto de respeito com a tarimba de leões para encontrar o jeito sem fazer afobações.

Mais à frente, dois lobos jovens para cuidar da marcação e arrastar o trenó nos momentos em que se vai ao ataque. Logo adiante outros dois lobos ágeis e eficientes no passe, seguindo a orientação do tigre, que controla o andamento do jogo, em contínuo revezamento com um leopardo experiente que já conhece o caminho da mina.

Isolado na frente da meta adversária, um leopardo jovem, ágil e forte, que suba mais do que os outros, para colocar a presa na forquilha mais alta, fora do alcance dos adversários. Esse é o nosso time.

 

GSS/17/09/2020

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