A primeira delas é que
as cartas não são como nós que envelhecemos a cada momento que passa. Elas têm algo
mais para mexer com nossos sentimentos.
Sei que estão correndo sério risco de extinção com a chegada
de novos e modernos meios de comunicação que empolgam os integrantes das
gerações que estão chegando. Mas se você
fizer uma pesquisa de opinião vai ver que a carta ainda é o xodó dos amores e
assuntos proibidos. É o meio de comunicação preferido dos amantes. Quantas e
tantas sobrevivem ainda hoje bem amarradas com uma fitinha dourada, como
relíquia da nossa juventude. Um pacote de cartas de amor!
E quando a saudade chega você pega tudo aquilo, se tranca no
quarto, e vai lendo e relendo pela enésima vez todas as lembranças que
encantaram sua mocidade.
Pode parecer tudo isto uma aula de sadismo. Não é não. É saber lidar com a realidade. Mas não pensem
que as cartas são meras alcoviteiras dos amantes. São guardiãs das lembranças
mais queridas de nossa mocidade. Tesouro de nossa juventude.
Elas são utilizadas ainda hoje em qualquer tipo de
comunicação na indústria, no comércio, qualquer tipo de negócio, inclusive na
guerra. A oportunidade determina sua escolha.
A disponibilidade dos meios modernos de comunicação é tão
vasto quanto os perigos que corremos com a perda crescente de nossa
privacidade. Isto ocorre onde quer que você vá. Na rua, dentro do seu carro, na
sua casa, no seu trabalho, no motel, no cinema, na rua onde você mora... Em
todo lugar há uma câmera escondida vigiando nossos passos!
Nossas cartas não guardam segredos nem fórmulas mágicas. Nem
saudades de ninguém. Qualquer pessoa pode ler. Elas estão aí. São como cartas
de baralho da melhor marca disponível no mercado. Era o título de um livro que eu pretendia publicar.
Gss/12/05/2020
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