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quarta-feira, 6 de junho de 2018

SONETO II

Seu corpo etéreo, porém, há de ter alma,
O deslizar sereno, cadenciado sob a mata;
Precipitar-se rápido, ao chegar com calma,
Como água ao despencar de uma cascata...

E o grande estrondo de seu véu de espuma,
A preencher imenso abismo num segundo,
Milhões de gotas a espalhar, uma por uma,
As quais se juntam novamente lá no fundo...

Corpo e alma - agora em forma de fumaça,
- De braços com a neblina que os abraça,
Lentamente se elevam em direção ao céu...

Se a visão do poeta nesta hora for escassa,
Não souber recolher a inspiração que passa,
Não vê fumaça, estrondo, muito  menos véu.

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