Hoje, quando me levantei, encontrei
minha neta absorta no seu trabalho, aguardando a chegada dos familiares para o
café da manhã. Sei que ela é muito ocupada e não gosta de ser interrompida, mas
com o meu crachá de vô na lapela, vou abrindo caminho. Aproveitei a primeira
brecha que encontrei... Antes que eu dissesse qualquer coisa, ela me atalhou
com carinho: − “Conta seu sonho de hoje, vozinho”:
− Hoje não é um sonho, é uma
pergunta. Você sabe me responder qual a diferença entre Estrela e Planeta?
− Não sei, não. Nunca estudei
astronomia. Mas posso pesquisar para você. Imagino que essas coisas funcionem
no Universo como uma grande “família” criada por Deus. Mas em razão de ser
muito grande a minha responsabilidade, (disse com ar de riso), precisamos
consultar alguém que entenda da coisa um pouco mais do que nós. Digamos, por
enquanto, que o pai da nossa família é o Sol, enquanto a Terra, que gira ao seu
redor, seria um de seus filhos.
Enquanto o vô se admira com a
simplicidade da resposta, a neta completa
seu raciocínio: “Por que esses assuntos tão elevados, vô”, está pensando
em viajar “por aí”?.
− Não sei, não, minha cara. A gente
nunca sabe tudo. De repente eu posso ser promovido e não quero que Deus fique
desapontado comigo. As coisas são como são. Não mudam conforme nossos
interesses pessoais.
Mas observamos diariamente que o
pensamento predisposto ao sucesso espalha um cheiro de vitória. Os exemplos
estão à frente de nossos olhos diariamente. Há poucos dias estava vendo uma
retrospectiva dos últimos jogos Paralímpicos e tive vontade de chorar junto com
seus participantes. São muitos. Alguns, sem pernas e sem braços, disputando
provas de natação; deficientes visuais disputando partidas de futebol com olhos
vendados. As bolas eram equipadas com chips sonoros. Muitos outros, sorridentes
e felizes, cegos e mudos de nascença, exibindo suas medalhas olímpicas!
Além destes exemplos, podemos
observar que a própria natureza nos tem mostrado que o mundo que Deus nos
entregou está inteiramente pronto desde a sua criação. Ele nos foi
entregue, “a título precário” para que cuidássemos de sua manutenção. Mas para que
o serviço pudesse funcionar facilmente Deus nos deixou as leis naturais que
parecem os manuais que acompanham utensílios domésticos, ensinando como
funcionam em seus mínimos detalhes a fim de perceber com clareza as coisas boas
que temos à nossa frente e o que precisamos fazer para deixá-lo melhor aos
nossos filhos. Isto talvez demore muito. E muitas “viagens” ainda necessitem
ser realizadas.